quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Carta às Romanas - IV

"Caríssimas:
Peço-vos que, ao visitarem alguém, não se instalem como se na vossa casa fôsse. Use, mas não abuse. Ajude, mas não mande, não dite regras, não ensine.  Observem sempre que cada familia é uma sociedade distinta, com suas regras, seu jeito especial. O que para vós, nesta casa que não é sua,  possa estar fora de contexto, para esta familia pode ser algo bem normal. Portanto, sede uma sogra não "complicante".
Se eu prendo a roupa na corda assim, que quereis vós que eu prenda assado? Ora, irmãs, não serei eu que terei que passar a roupa depois?  Se eu corto a melancia, fazendo dela duas partes, pq insistirdes que eu tenho que eliminar os "cús" da melancia e depois fatiá-la?  Por que insistis em  guardar todos os restos de alimento, se não os aproveita no dia seguinte, gerando um acúmulo de guardados na geladeira? Não vês que logo ali terás que jogá-los fora?  Por que me condenas, então, por eliminar o problema logo na geração do fato?
Caríssimas, peço-vos que me mantenham a memória ativa, para que eu não  esqueça deste ensinamento por onde eu andar.
Contudo, continuo a pedir-vos: sede complacentes, não caiam do salto.  É o que eu tenho feito, procurando lembrar que logo, logo, a visita termina.   Não, não vos peço para  usarem de simpatia, nem para serem falsas - respeitem a idade. Nada mais que isso.  E aprendam, neste tempo, coisas que não deverão repetir.."

Um comentário:

  1. Certíssima, caríssima!
    Vejo direitinho a figura de umas pessoas que conheço, na pessoa da sua amada visitante.
    Acho que o que quer é apenas ajudar, mas não têm tato para fazê-lo discretamente.
    Em vez de falar, por ex., ela poderia ir ao varal, DEPOIS, e arrumar do jeito dela...Mas preferem falar a fazer...rsrs
    Um dia um jumbão alçará voo e ainda ficarás saudosa...rsrs
    Beijo!

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